“O Messias” de Georg Friedrich Handel, completo, varias apresentações

Messias

Freqüentemente nos referimos ao oratório como O Messias, contudo, Handel o denominava apenas de Messias . O objetivo dele não era tratar especificamente sobre Jesus Cristo, O Messias (como fez Bach em suas paixões), mas ainda que haja referências em recitativos e árias, Handel intencionou exaltar o Deus do Antigo Testamento:

Intencionalmente, o oratório não apresenta a vida e Paixão de Jesus, mas a contemplação épica e lírica da idéia da redenção cristã… a deidade que finalmente emerge deste grande trabalho é o triunfante Deus do Antigo Testamento a quem Handel freqüentemente louvava em seus oratórios, e não a Cristo, o Redentor, a quem ele tão magnificentemente evoca em uma de suas árias – e isto à despeito do fato de que o Messias é essencialmente uma homenagem à redenção… (Paul Henry Lang, George Frideric Handel, pp. 342 e 343).
Handel escreveu este oratório para quatro solistas (soprano, contralto, tenor e baixo) que não cantavam com o coro – Muitos coros tem solistas especialmente convidados para cantar os recitativos e árias. Na prática adotada por Handel, ele nunca usou exclusivamente um solista, mas vários (sempre mais que cinco). Na apresentação de 1743 em Londres, ele tinha oito (08) solistas e em 1750, seis (06) (Donald Burrows, Handel: Messiah, pp. 30-37) e também, os solistas faziam parte do coro o que deixa claro a idéia de conjunto.
A versão definitiva do Oratório Messias é a autógrafa Não havia na mente de Handel a idéia de compor uma versão definitiva de uma peça sua, fosse ela música vocal ou instrumental. Aliás, esse pensamento não era exclusivo de Handel, mas outros compositores barrocos costumavam aproveitar fragmentos de composições anteriores, suas ou não, e usá-las em novos trabalhos, sobretudo, se a demanda fosse grande. Handel fez isso em quase toda a sua obra, assim como Bach e outros. No caso do Messias, ele continuamente revisava a partitura para adequá-la às suas necessidades de concerto, o que explica o fato de existir outras versões para recitativos, árias e coros:
…Muitos compositores do período barroco, e especialmente Handel, não tinham intenção de produzir versões definitivas de seus trabalhos. Cada novo elenco para ópera ou oratórios necessitava de novo material, novas revisões de versões antigas, ou partes totalmente novas. Nenhuma versão tinha a pretensão de ser mais definitiva do que outra. Cada uma era trabalhada de forma a atender às necessidades individuais de determinados solistas ou a disponibilidade de certos instrumentos. ( “Some Thoughts on Performing Messiah ” American Choral Review, Abril/Julho, 1985, p.21) BURROWS apud CAMP.
A performance ideal será aquela que se concentra em uma versão específica, ou seja, o mais importante não é qual a versão que será usada, mas o quão fiel se permanece a mesma.
O tamanho do coro e da orquestra – Este é outro equívoco que temos cometido ao longo dos anos. É comum ouvirmos coros que ultrapassam oitenta vozes acompanhadas por orquestras igualmente grandes. Handel, por motivos que explicaremos mais adiante, sempre usou um grupo que não ultrapassava a sessenta pessoas. A prática iniciada após a morte de Handel de se ter coros e orquestras grandes, emprega à peça uma vitalidade que não era comum à época e foge às intenções do compositor.

Assista abaixo, é uma obra de arte musical: