Catecismo – O uso do termo
O termo catecismo é a ação ou conteúdo administrado a criança, já catequese está destinada aos adultos. Na prática esta distinção cessou (QUINSON, 1999, p. 79) . No tempo atual catecismo é conhecido como um manual de instrução popular na forma de pergunta e resposta. Porém o termo só foi empregado assim no século XVI (WRIGHT, 1988, p. 249) .
Neste mesmo século, num ponto de vista Luterana o catecismo significou “livro de aprender” ou “Bíblia para os leigos” (BAESKE, 1982, p. 8-10) .
“Forma mais recente é cathci,zein[1], em latim “catechizare”, da qual deriva catechismus (em português catecismo), que tanto se refere à mesma “catequese”, como ao livro que contém a doutrina ensinada” (JUNGMANN, 1967, p. 17) .
Segundo Lópes (1992, p. 99) a pesquisa do termo catecumenato nos ajuda a entender melhor o seu significado: o termo catecumenato deriva do verbo grego katecheo, que significa ressoar, fazer ecoar junto aos ouvidos.
Já Paiva (1966, p. 128-146) afirma que os termos catequese, catecumenato, catecúmeno, provêm do mesmo verbo grego “katechein”. E que o termo katechesis não aparece na Bíblia. Em compensação, o verbo katechein é mencionado no Novo Testamento com duplo significado: narrar ou relatar sucessos (At 21.21- 24; Lc 1.4) e ensinar os mistérios da fé (At 18.25; Rm 2.18; Gl 6.6).
Deste modo “o uso clássico legou o termo catecumenato, para indicar a catequese e iniciação litúrgica dos adultos convertidos que desejavam o batismo” (PAIVA, 1966, p. 128-146) .
Portanto, catecumenato em sentido mais clássico, é uma instituição de caráter catequético-litúrgico-moral, criada pela Igreja no início dos primeiros séculos, com a finalidade de instruir e habilitar os convertidos adultos, por meio de um método disposto por etapas (BOROBIO, 2007, p. 96) .
Esta metodologia conduzia ao encontro pleno com o mistério de Cristo e com a vida da comunidade eclesial, cujo momento culminante se dava pelos ritos de iniciação: batismo, ritos pós-batismais e os outros sacramentos com ritos (crisma e eucaristia), normalmente presididos pelo bispo na vigília pascal (BOROBIO, 1997, p. 298) .
O catecumenato, porém, como instituição, não foi criada por Cristo. A ordem do Senhor foi: “Pregai o Evangelho” (Mc 16.15). “Ensinai a todas as nações” (Mt 28.19) e batizai-as. “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16). Portanto, desde o início há, no ato sacramental da administração do batismo, uma união tão íntima entre a pregação da Boa-Nova, a instrução na fé, o ingresso nas fileiras dos discípulos e o cumprimento de tudo isso, de modo que a instrução deve preceder ao menos como condição. Cristo uniu o batismo ao anúncio e o conhecimento da Palavra e à iniciação na vida e nos costumes cristãos (PAIVA, 1966, p. 133) .
Catecismo – Estrutura humana.
Ao lermos Atos dos Apóstolos vemos uma igreja estabelecida com apóstolos, profetas, doutores e outros. Estes ofícios são atestado por Paulo (1Co 12.28) e pertencia principalmente aos doutores a instrução dos candidatos (NUNES, 1978, p. 6) .
No judaísmo da diáspora o rabino tinha varias funções, e uma delas era o ensino. Era tido como mestre da lei.
Hipólito nos informa que os candidatos que vinham ouvir pela primeira vez a palavra eram conduzidos aos catequistas. Aqueles que traziam os candidatos eram responsáveis em falar sobre a integridade dos mesmos (NUNES, 1978, p. 44-45) .
Dentro do catecumenato o catequista é aquele que instrui os outros na fé cristã (TOON, 1988, p. 253) , a função não é limitada ao vocabulário, o catequista é o professor, “didaskalos” e os alunos são os discípulos, “matetes”. Para o Apóstolo Paulo, este é um entre os dons do Espírito (1 Co 12:28 e Ef 4:11) (BRAKEMEIER, 2003, p. 126) .
Desta forma “catecúmeno é aquele que está sendo instruído, catequizado; mais concretamente, aquele que está sendo iniciado na escuta, não de uma palavra qualquer, mas da Palavra de Deus (FIORES e GOFFI, 1989, p. 99) .